Na tarde desta quinta-feira (25), a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Cambé recebeu uma visita técnica da equipe do Hospital do Coração (HCor) de São Paulo. O encontro faz parte do projeto Boas Práticas de atenção à cardiologia e urgências cardiovasculares. Desde junho, o município está participando de uma capacitação para qualificar o serviço de atendimento e gestão de manejo clínico para problemas no coração.

A visita é somente uma das etapas da capacitação que dura 18 meses. Nesta tarde, a equipe do HCor veio conhecer a estrutura da UPA, seus setores e dar sugestões para um fluxo de trabalho melhor dentro do que a estrutura oferece, seguindo processos de qualidade e segurança. Conhecendo a realidade da UPA, também serão implementados alguns conteúdos ao longo da formação para se atingir o resultado esperado.

O projeto Boas Práticas visa qualificar em serviço a gestão de manejo clínico na linha de atenção à cardiologia e urgências cardiovasculares por meio do monitoramento do uso de ferramentas conectadas e interativas e da implementação de diretrizes assistenciais em cardiologia. Este projeto é uma parceria público-privada do HCor com o Ministério da Saúde via PROADI-SUS, o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS.

Andreia Ribeiro, enfermeira e especialista de projeto do HCor, explica que o Boas Prática vem para focar na atenção à rede de urgência pré-hospitalar fixo. Ou seja, focar em melhorias e protocolos gerenciados em três linhas de cuidado: sepse, AVC e síndrome coronariana aguda. A Secretaria Municipal de Saúde Pública se candidatou para receber essa formação, e de junho de 2025 até dezembro de 2026 as equipes se reúnem com o HCor para ter acesso a esse conteúdo.

O projeto monitoriza indicadores de qualidade de tempo nos cuidados cardiovasculares. Com isso, monitoram-se alguns processos como: tempo porta-eletrocardiograma; tempo porta-agulha; adesão à terapia medicamentosa na síndrome coronariana aguda; se a UPA faz escala de Cincinnati para reconhecer AVC; antibiótico; coleta de exames; e hidratação no paciente na primeira hora, por exemplo. A partir destes indicadores, é feito um trabalho de melhoria, visando atingir os indicadores com cada vez mais qualidade e segurança para paciente e colaborador.

“E o cidadão vai receber um trabalho cada vez mais com qualidade e segurança. Então, ele vir na UPA, e essa UPA for credenciada com protocolos gerenciados, ou seja, com processos, padrões que visam qualidade e segurança, com certeza ele vai ter uma assistência mais segura para ele. A palavra é segurança. Ele vai ter uma assistência mais segura, com qualidade, com rapidez. A gente quer focar nessas linhas de cuidado, que são tempo-dependentes, para eles reconhecerem rápido essas doenças, essas linhas de cuidado e já iniciar o melhor tratamento. É tempo e qualidade”, disse a especialista de projeto do HCor.

Talita Bengozi, secretária municipal de Saúde Pública, destaca que para Cambé, isso é um reconhecimento do quanto o município se empenha em buscar qualidade no serviço. “Ser contemplado com esse projeto nos traz mais motivação para buscar sempre o melhor, já que traz qualificação dos processos de trabalho e melhoria para a assistência nos processos assistenciais e administrativos internos da UPA. Além disso, vai impactar no tempo resposta para o atendimento ao paciente, que é um trabalho muito também efetivo na sala de emergência, visto todo o acompanhamento com os eletrocardiogramas, e os demais equipamentos de ponta que temos. Para Cambé é um ganho imensurável que instituições de grande conhecimento e referência venham até aqui trazer qualidade. Para a gente isso não tem preço, porque são reconhecidos mundialmente. Estamos muito felizes e motivados em continuar buscando a melhoria dos atendimentos mesmo.”

 

Projeto Boas Práticas

As doenças cardiovasculares são consideradas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a principal causa de morte em todo o mundo. Entre as doenças cardíacas mais comuns, destaca-se o infarto agudo do miocárdio (IAM), diminuição ou interrupção da passagem de sangue para o coração, de forma súbita, responsável por ocasionar cerca de 360 mil mortes anuais somente no Brasil.

Segundo o HCor e com base neste contexto, o projeto Boas Práticas oferece apoio às instituições públicas no desenvolvimento de estratégias e intervenções voltadas à melhoria da qualidade assistencial e segurança do paciente, com ênfase na realização do exame para diagnóstico do IAM e Arritmias Cardíacas em tempo adequado (10 minutos), o laudo de eletrocardiograma.

Além disso, a iniciativa promove a qualificação médica, por meio de teleconsultorias cardiológicas e a equipe multiprofissional por meio das sessões de aprendizagem virtual, visando o fluxo de atendimento mais ágil e adequado no SUS.

Compartilhe