Oito bairros da cidade estão em situação de alerta para a dengue por conta do número de criadouros ativos do mosquito. De acordo com os dados divulgados pelo Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa) na quarta-feira (14), no período de 04 a 09 de julho, oito bairros apresentaram o índice predial superior a 1%, que mede o número de domicílios com focos do mosquito transmissor da dengue.

De acordo com o último LIRAa, os bairros que estão em situação de alerta para a dengue são: Ana Eliza II (3,44), Cambé III (2,94), Jardim Santana (2,17), Santa Izabel (2,04), Parque Manela I (2,00), Bella Itália (1,96), Vila Operária (1,66) e Centro (1,53). Os índices representam o número de criadouros ativos do mosquito da dengue para cada 100 residências. A região da Vila Brasil, próxima à rodoviária, apresentou o pior índice do município, que foi de 4,16%. O número é quatro vezes superior ao preconizado pelo Ministério da Saúde e representa um risco de surto da doença.

O índice predial da cidade, que é uma média geral dos dados de todo o município, ficou dentro do esperado, atingindo 0,5, que é um resultado satisfatório de acordo com o Ministério da Saúde. Essa porcentagem indica que, dentre os 2.988 imóveis vistoriados, foram encontrados 19 criadouros ativos do mosquito em 15 residências. Nelci Mariano da Silva, coordenadora dos Serviços de Vigilância Ambiental, esclarece que os dados gerais são bons, apenas algumas localidades estão apresentando índices altos de focos do mosquito. “Não tem local específico no bairro que esteja ocasionando isso, uma casa ou algum terreno, o que acontece é que os criadouros espalhados pelo bairro não estão sendo eliminados como deveriam”, destaca.

A coordenadora explica que muitas pessoas esquecem de cuidar dos quintais, por isso o número de focos do mosquito aumenta. “As pessoas devem olhar seus quintais todos os dias, não de vez em quando ou só quando chove, já que uma tampinha de garrafa pode ser o lar de dezenas de larvinhas do mosquito”, ressalta. De acordo com os dados do LIRAa, a maior parte dos criadouros do Aedes aegypti na cidade foi encontrada nos quintais das casas. “A gente tem que tomar muito cuidado com as caixas d’água, cisternas, vasos de plantas, frascos com água, tampinhas e pratos. Por menor que seja a quantidade de água, temos que ficar atentos”, pontua. 

Em Cambé, neste período epidemiológico, que começou em agosto de 2021 e finaliza neste mês de julho, foram confirmados 321 casos de dengue. Entretanto, os sete meses deste ano foram responsáveis por mais de 92% desses casos. Isabela Salvadego, responsável pelo Departamento de Epidemiologia, explica que o número de casos de dengue começou a subir a partir de abril, o que é um cenário atípico. “Neste ano nós tivemos um aumento de casos um pouco mais tardio, mas que pode ter relação com o período chuvoso, que também aconteceu um pouco mais tarde”, ressalta. Em doze meses, a cidade confirmou um óbito causado pela dengue.

Nelci Mariano da Silva ainda detalha que o mutirão para recolher móveis, pneus, garrafas e outros objetos que possam acumular água foi finalizado no dia 09 de julho. De acordo com ela, foram recolhidos 42 caminhões de lixo, resultando em mais de 140 toneladas de objetos de descarte. “Nós já estamos programando os próximos mutirões, que vão atender novamente todas as regiões do município. O nosso principal objetivo é fazer com que as pessoas não deixem objetos que possam ser criadouros do mosquito jogados, que elas fiquem atentas aos quintais e se preocupem em reduzir ao máximo esse problema”, finaliza.

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