
O selo Autista a Bordo deve ser fixado em local visível no veículo, garantindo mais segurança e inclusão no trânsito (Pedro Marconi/Câmara Municipal de Cambé)
Para garantir mais inclusão e segurança no trânsito, Cambé agora passa a ter o selo “Autista a Bordo”. Com regulamentação e aprovação pela Prefeitura, através da Secretaria Municipal de Segurança Pública e Trânsito, agora veículos que transportam pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) terão adesivos de identificação. As primeiras famílias receberam os selos nesta segunda-feira (1) em evento na Câmara Municipal.
A emissão do adesivo é destinada exclusivamente a moradores diagnosticados com TEA e pode ser solicitada pelo próprio usuário, responsável legal ou pessoa autorizada, desde que o veículo esteja registrado em nome de um deles.
Para obter o selo, é necessário fazer um requerimento na Secretaria Municipal de Segurança Pública e Trânsito, com apresentação de documento de identidade da pessoa ou do representante legal, laudo médico ou carteirinha que comprove o diagnóstico, comprovante de residência e documento do veículo. Após análise da Secretaria, o adesivo é emitido e deve ser fixado em local visível. Cada pessoa com TEA tem direito a um selo.
De acordo com dados da Secretaria Municipal de Saúde, Cambé possui aproximadamente 500 pessoas diagnosticadas com TEA, enquanto outras dezenas de casos seguem em avaliação.
Entre os contemplados está o agente de trânsito da Secretaria João Quaresma da Silva. Ele e o filho são autistas. Para o servidor público, a medida tem impacto direto na segurança. “O selo é um grande passo, não só para identificar veículos que transportam pessoas autistas, mas para ajudar no socorro em situações de emergência. Um bombeiro, por exemplo, sabendo que tem uma criança ou adulto autista, terá uma maior capacidade de conduzir o atendimento”, destacou.
A autora do projeto, a vereadora Patrícia da Farmácia (PL), reforça que o objetivo vai além da identificação. “É uma forma de acolhimento para todas as famílias atípicas. As pessoas que estão nas ruas devem entender e acolher a família no momento de crise de uma criança e não ficar buzinando”, frisou. Segundo ela, o selo tem caráter informativo e visa promover respeito e compreensão no trânsito.
Para Marelisa Regina Gomes, presidente da Associação dos Autistas de Cambé (ADAC), o selo pode contribuir para evitar crises. “As crianças têm uma sensibilidade maior e trânsito é estressante. Buzinas e sons muito altos podem desencadear uma crise. Com o selo, a pessoa, vendo, já pode ter a reflexão de abaixar o som, de evitar buzinar, gritar. Tudo isso evita gatilhos de crise”, comentou.
O pequeno Gael Nascimento Godoy, de seis anos, é autista suporte um. No trânsito, ele e a mãe, a autônoma Cibele Renata Rosa do Nascimento, já enfrentaram diversas situações desafiadoras. “Já teve caso em que o Gael estava agitado, tive que parar e os motoristas que vinham na sequência não entendiam, buzinavam, não exerceram a paciência”, relatou. Agora, ela e outras famílias de pessoas com autismo esperam que a conscientização comece a ganhar espaço nas ruas de Cambé com a implantação do selo “Autista a Bordo”.
Com informações da Assessoria de Imprensa da Câmara Municipal de Cambé.
