Para prevenção e controle da doença, a Prefeitura de Cambé, por meio da Secretaria Municipal de Saúde Pública, vem promovendo diversas ações e orientando a população e servidores de saúde sobre a esporotricose. A doença que pode afetar humanos e animais domésticos, principalmente gatos, causa lesões na pele, úlceras e feridas e demanda tratamento médico, podendo levar os animais a óbito e causando risco à saúde pública.

Com isso, estão sendo feitas ações de busca ativa com animais no município e capacitação de servidores para orientação, encaminhamento e tratamento adequado para que os casos não se espalhem. Em Cambé, desde o fim de 2024, foram identificados 21 casos em animais e quatro em humanos. Desses, quatro animais morreram e sete se encontram em tratamento atualmente. Todos são da região do Cambé 4.

 

O que é a esporotricose?

A esporotricose é uma doença que pode atingir animais e humanos. Ela é causada pelo fungo sporothrix, encontrado no meio ambiente como solo, matéria de origem vegetal, madeira e matéria orgânica em decomposição. A doença pode ter propagação através do próprio ambiente, com a pele ou mucosa com lesões, como acidentes com espinhos de plantas contaminados pelo fungo; e também pelo animal, principalmente os gatos, na interação com outros animais ou ambiente. O animal infectado pode causar ferimentos como arranhões, mordidas e contato com as secreções de lesões.

 

Quais são os sintomas?

Os gatos geralmente apresentam lesões de pele, principalmente nariz, membros, cauda e inchaço nasal. Essas lesões podem se espalhar por todo o corpo do animal, acompanhadas de espirros que aumentam a propagação dos fungos. Já em humanos, o início da lesão se assemelha com uma picada de inseto ou vermelhidão na pele, comumente dolorida. A lesão poderá evoluir aumentando de tamanho e em alguns casos apresentar outros nódulos enfileirados na forma de rosário.

Caso identifique algum desses sintomas, leve imediatamente o animal a um médico veterinário, e procure a unidade básica de saúde mais próxima. Além disso, também comunique a equipe de Vigilância Epidemiológica ou Vigilância Ambiental da Prefeitura de Cambé pelo telefone (43) 3174-0226.

A esporotricose tem cura com antifúngico receitado por médico ou médico veterinário, com dose e tempo de tratamento sendo criteriosamente avaliado por esses profissionais segundo a gravidade da doença.

 

Como se prevenir?

Use equipamentos de proteção individual como luvas, óculos e avental sempre que manipular solo, plantas, hortas, jardinagem, madeira, matéria orgânica e animais com a doença, principalmente os gatos. Também use os equipamentos durante todo o tratamento do animal, isolando-o em local seguro, ventilado e de fácil limpeza, para não disseminar os fungos para outros ambientes. Todo o espaço deve ser limpo com água sanitária.

É ideal também que os animais sejam castrados para que se mantenham com mais frequência em casa. Nunca interrompa o tratamento sem consentimento do médico ou médico veterinário. E também não enterre, sepulte ou jogue animais mortos no lixo, rios ou vias públicas. Animais que falecem por esporotricose devem ser cremados, pois o fungo sobrevive na natureza e pode ampliar a disseminação.

 

Ações de controle e capacitação de servidores

A médica veterinária da Secretaria de Saúde, Renata Cristina Dias, explicou que a partir da notificação do primeiro caso em gato, foi realizada uma série de ações de controle para evitar a propagação dos fungos. Isso incluiu busca ativa de novos casos, orientações à população e tratamento dos infectados.

Na última semana, foi promovida uma capacitação voltada ao enfrentamento da doença para agentes comunitários de saúde e agentes de combate às endemias das Unidades Básicas de Saúde do Cambé 4 e Ana Rosa. Durante a atividade, foram abordados temas como o atual surto de esporotricose no município, formas de transmissão, sintomas e estratégias de controle da doença. O principal objetivo foi capacitar os agentes para identificar casos suspeitos, e orientar a população sobre a prevenção e conter a disseminação da doença. 

“Esses profissionais são de grande importância para a ação de controle da esporotricose devido ao contato direto com os moradores e conhecimento de toda a região. Isso torna a identificação de novos casos em animais mais rápida, levando a um controle da disseminação e tratamento precoce. É fundamental destacar que animais com suspeita ou diagnóstico confirmado de esporotricose não devem ser abandonados. Por isso estamos focando diretamente nessas ações. Qualquer dúvida, procurem a UBS ou a Secretaria de Saúde”, ressaltou a veterinária.

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