A Campanha Nacional de Vacinação contra a poliomielite foi prorrogada até o dia 30 de setembro em Cambé. A decisão foi tomada por conta da baixa procura pela vacina que protege contra a paralisia infantil. Em Cambé, pouco mais de 31% do público alvo da campanha recebeu a dose de reforço da vacina contra a poliomielite, que é destinada para crianças de 1 ano a menores de 5 anos. A vacina está disponível em todas as Unidades Básicas de Saúde da cidade, das 8h às 18h.

Isabela Salvadego, responsável pelo Departamento de Epidemiologia da Secretaria de Saúde, explica que, durante os 30 dias da Campanha Nacional de Vacinação contra a poliomielite, foram imunizadas 1.668 crianças com o reforço oral da vacina, mas a expectativa era de vacinar quase 5 mil. “Assim como vem acontecendo com outros imunizantes, a população não está aderindo às vacinações, a busca está muito baixa”, ressalta.

A vacina injetável contra a poliomielite é aplicada ainda nos primeiros meses de vida das crianças, com doses aos 2, 4 e 6 meses. Também são aplicados mais dois reforços orais: aos 15 meses e outro aos 4 anos. De acordo com ela, tanto o imunizante injetável quanto o em gotas estão disponíveis, mas o tipo aplicado depende da situação vacinal da criança. “Se ela não tiver tomado nenhuma dose, nós vamos aplicar a injetável, caso ela já tenha completado o esquema primário, ela recebe o reforço em gotas”, ressalta. 

Salvadego explica que o objetivo da campanha é ampliar a cobertura vacinal das crianças contra a poliomielite, que é uma doença que pode causar a paralisia dos membros inferiores e levar a óbito. Neste ano, apenas 31,15% das crianças do público-alvo da campanha receberam a dose da vacina contra a poliomielite. A porcentagem está muito abaixo do que é preconizado pelo Ministério da Saúde, que é de 95%. “Em todo o país, o percentual de crianças imunizadas com a vacina da poliomielite vem caindo, não é algo restrito ao município. Por isso é essencial que as pessoas entendam a importância que a vacinação tem em nossas vidas”, pontua. Por conta da vacina contra a poliomielite, o último caso registrado da doença foi em 1989, há mais de 30 anos. “Infelizmente, com esse cenário que estamos enfrentando nos últimos anos, é grande o risco de que casos de poliomielite voltem a aparecer, assim como de outras doenças que já foram consideradas erradicadas”, afirma.

Campanha Nacional de Multivacinação

A Campanha de Multivacinação também foi prorrogada e acontece simultaneamente com a de poliomielite, até o dia 30 de setembro, nas Unidades Básicas de Saúde. O objetivo é o mesmo: aumentar a cobertura vacinal da população, ofertando todos os imunizantes que fazem parte do calendário básico de vacinação, assim como a vacina da Covid-19 e da gripe.

Isabela Salvadego destaca que um dos pontos principais é a vacinação de crianças e adolescentes com menos de 15 anos com as vacinas e os reforços que fazem parte dessa faixa etária, como a vacina do rotavírus, da hepatite A, a meningocócica e a do papiloma vírus humano (HPV). “Nós também temos enfrentado uma baixa procura nessa idade também, principalmente por conta de movimentos antivacina”, explica. De acordo com ela, o fato de muitas pessoas não aderirem às vacinas é muito grave e perigoso, já que isso pode dar espaço para que doenças oportunistas retornem.

Os adultos e idosos que estão com alguma vacina atrasada, como a contra a febre amarela e o tétano, também podem procurar as UBS para receber a dose. “O ideal é que as pessoas levem a carteira de vacinação até as unidades para que as enfermeiras confiram os dados das últimas vacinas e avaliem a necessidade de tomar ou não”, explica. As pessoas que não têm a carteirinha de vacinação ou não se lembram também devem comparecer em uma das UBS. A vacina da gripe também está disponível para toda a população.

Já o imunizante contra a Covid-19 está disponível em todas as Unidades Básicas de Saúde. A primeira e segunda dose da vacina estão liberadas para todas as pessoas a partir dos 3 anos de idade; a terceira está disponível para toda a população acima de 12 anos; e a quarta dose do imunizante para todas as pessoas com mais de 40 anos e para os profissionais da Saúde. A única vacina que não está disponível é a BCG, que protege contra a tuberculose, já que ela só pode ser aplicada mediante agendamento.

Os atendimentos estão sendo feitos em todas as Unidades Básicas de Saúde do município, das 8h às 18h. Para receber a dose, é necessário comparecer com a carteira de vacinação e os documentos pessoais.

“O que nós pedimos é que toda a população procure as Unidades Básicas de Saúde e tomem as vacinas. Elas salvam vidas. Não podemos permitir que doenças retornem por conta da baixa adesão, já que isso coloca em risco todas as pessoas”, finaliza Isabela Salvadego.

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