Além do dia 1º ser marcado como o Dia Mundial da Amamentação, o mês de agosto é conhecido como Agosto Dourado por simbolizar a luta pelo incentivo à amamentação, com cor relacionada ao padrão ouro de qualidade do leite materno. Em Cambé, o serviço de educação e atendimento é feito pela Unidade de Lactação de Cambé (Unilac), que dá todo o suporte para gestantes e mães com dificuldades para amamentar.

Camila Ravagnani, enfermeira técnica responsável pela Unilac, destaca que a unidade promove aleitamento materno através de educação, tanto de profissionais da rede de saúde para atender as mães do município e promover um atendimento mais acolhedor e resolutivo, que ocorre em todos os meses de agosto; como também para pacientes. O próximo curso está marcado para o dia 9 de agosto. “Quando a mulher ainda está grávida, mensalmente, a gente tem um curso de preparação para elas. Durante toda gravidez, ela pode escolher um mês e vir fazer essa preparação, uma orientação para amamentação, posição, pega, principais problemas que pode ter e como evitá-los”, destacou.

Ravagnani também diz que quando o bebê nasce, a mãe que tiver problemas ou dificuldades para amamentar pode entrar em contato com os canais de atendimento ou ir até a Unilac pessoalmente. Com isso, é feito um agendamento na unidade ou na casa da paciente para atendimento, avaliação do bebê e da mãe, identificação do problema e tratamento. “Isso porque a maioria das mães que param de amamentar até os 6 meses exclusivos do bebê, ou fazem isso por dor ou dificuldade de rede de apoio. Então, fazemos esse trabalho de auxílio”, disse a enfermeira.

A Secretaria Municipal de Saúde, através do Departamento de Atenção Básica, destaca que o aleitamento materno é uma questão de saúde pública e também um direito humano que precisa ser respeitado e protegido. E visando a o aumento das ações de promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno, o Departamento preparou uma programação especial para o mês de agosto com a já citada capacitação de servidores; divulgação educativa em diversas mídias; orientações das equipes do Programa Saúde da Família para as gestantes e lactantes; exposição de fotos das doadoras de leite na Biblioteca Pública Municipal de 07 a 17/08; além de campanha de doação de frascos de vidro com tampa plástica para o armazenamento do leite arrecadado, para UNILAC.

A Unilac funciona há 14 anos, com atendimento e promoção do aleitamento materno, além do serviço de acompanhamento e orientação para mulheres que desejam fazer coleta e doação de leite materno. Em média, são atendidas mais de 70 gestantes e mães por mês. Para fazer o agendamento é só entrar em contato pelo WhatsApp 3174-0325 ou em qualquer UBS de Cambé. A Unidade de Lactação de Cambé funciona junto com a Clínica da Mulher, localizada na Rua José Gomes Redondo, 35, no Jardim Ana Rosa.

Agosto dourado

O mês do Aleitamento Materno foi instituído no Brasil pela Lei nº 13.435/2.017 que determina que em agosto sejam intensificadas ações de conscientização e esclarecimento sobre a importância do aleitamento materno. Já mundialmente, a data teve início em 1990, em um encontro da Organização Mundial de Saúde com a Unicef, criando o documento conhecido como a “Declaração de Innocenti”. A partir disso foi fundada a Aliança Mundial de Ação Pró-Amamentação (WABA), e a Semana Mundial de Aleitamento Materno, que hoje conta com a participação de cerca de 120 países.

De acordo com dados do Ministério da Saúde, o Brasil vem evoluindo suas taxas de amamentação nos últimos anos, mas ainda abaixo do recomendado. Na década de 1980, o percentual era de 3%. Hoje, segundo o Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (ENANI), o aleitamento exclusivo entre crianças menores de 6 meses está em 45,8%. A meta é chegar a 70% até 2030.

O Ministério recomenda que as crianças sejam amamentadas até dois anos ou mais e de forma exclusiva até o 6º mês de vida, já que a amamentação se destaca como a forma de proteção mais econômica e eficaz para redução da morbimortalidade infantil, com impacto na saúde da criança, diminuindo a ocorrência de diarreias, afecções perinatais e infecções, principais causas de morte de recém-nascidos. E também benefícios para a saúde da mulher, como a redução das chances de desenvolver câncer de mama e de ovário.

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